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ESG, sigla em para Environmental, Social e corporate Governance, significa imprimir as melhores práticas ambientais, sociais e de governança nas empresas. Não é um novo hype. Tornou-se essencial na medida em que consumidores procuram cada vez mais por “marcas amigáveis” e para garantir a sobrevida de mercados e do próprio planeta. E, nesse aspecto, tecnologias como IoT (Internet das Coisas) e IA (Inteligência Artificial) estão se tornando grandes aliados.

Market share, lucratividade e fidelização de clientes não estão do lado oposto de sustentabilidade, responsabilidade social e transparência. Muito pelo contrário, esses fatores geram impactos positivos ou negativos no balanço das empresas, dependendo de como são manejados.

Ações da VW ao admitir distorção de dados de poluição

Só para relembrar, em 2014, a Volkswagen Ag perdeu $14 bilhões em valor de mercado, depois do escândalo dos testes de emissão de poluentes. Quando veio a público que a empresa estava distorcendo os resultados dos testes, as ações chegaram a cair 23%.

Corroborando o fato, em 2017, a MSCI publicou o paper “Foundations of ESG Investing: How ESG Affects Equity Valuation, Risk and Performance” apontando que empresas com um índice ESG maior possuem meores riscos e menor custo de capital, o que leva também a um melhor valuation e menor volatilidade no mercado de ações.

Claro, há o “dilema tostines”: um valuation melhor possibilidade que empresas invistam em ESG? Ou investir em ESG é que leva a um valuation maior? De qualquer forma, há ainda a visão do soberano consumidor, seja ele B2B ou B2C. No estudo da Salesforce, State of Connected Custommer, que compartilhamos aqui, 75% dos clientes empresariais afirmam que a ética dos fornecedores se torna cada vez mais importante para suas decisões de compra.

Entre os consumidores finais, 71% disseram que passaram a prestar mais atenção aos valores das empresas no último ano e 61% afirmaram ter parado de comprar produtos de empresas cujos valores não estão alinhados aos seus.

O que a sigla ESG significa para as empresas?

ESG é um modelo para as empresas minimizarem seus impactos no meio ambiente, contribuírem para um mundo mais justo e garantir uma gestão mais transparente, de melhores processos e menores riscos para o stakeholders.

O termo ESG foi criado pelas Nações Unidas, em 2005, quando reuniu 20 instituições financeiras de diversos países para construir recomendações sobre essa temática e a diretriz de incluir a avaliação desses fatores no mercado financeiro para auxiliar no desenvolvimento de mercados mais sustentáveis e resultados para a sociedade.

ESG e as tecnologias emergentes – AI, IoT, Big Data

As práticas ESG vão se popularizam e algumas delas passam ou passarão a se tornar mandatórias em alguns mercados, demandando monitoramento, análises, ações, correções. Mais rápidas. Mais robustas. Ao se popularizarem essas práticas, naturalmente o consumidor, o investidor e demais stakeholders demandarão transparência nos indicadores que comprovam essas práticas. E, depois de um esforço humano inicial, será fundamental automação e inteligência artificial nesses processos.

Tecnologia é o game-changer na busca pelo triple bottom line

A IoT já trouxe produtividade e mitigação de problemas operacionais. Agora, é hora de monitorar as linhas de produção também para controlar emissões e otimizar o gasto de água, energia e gás, por exemplo.

Além disso, sustentabilidade diz muito respeito a analisar impactos de suas ações, de sua produção. Isso significa monitorar e analisar regularmente. E, assim, chegamos mais uma vez a Big Data e Inteligência Artificial para analisar dados qualitativos em alto volume e tempo real.

Não. Não é futurologia. A Sensefolio, por exemplo, monitora indicadores, relatório, menções em redes sociais de mais de 20 mil empresas em mais de 80 países para auxiliar analistas e investidores a monitorar investimentos e riscos.

Se esquecermos por um instante a sigla ESG e essa busca por conectar-se às marcas pelos valores que elas emanam, ainda assim, a combinação de IoT, Big Data Analytics e Inteligência Artificial nos guiará para a sustentabilidade, melhor gestão de riscos, economicidade da produção. São o centro de Smart Cities e Smart Factories.

É possível que algum membro do board, do conselho ou mesmo do time de inovação ainda possa estar cético quando essas três letrinhas. Mas, Inteligência Artificial, por exemplo, trata-se de obter informações para fazer melhor, mais barato e com menor risco. Ao final de tudo, a tecnologia está trabalhando para o “triple bottom line” (lucro, pessoas e planeta).

Assim, AI não só tem o papel de facilitar a análise de investidores, como no caso da Sensefolio, Nexus Frontier Tech e outras similares, como também torna-se um game-changer. Possibilita agilidade na descoberta, coleta e manuseio de informações vitais, além de capturar sentimentos e contextos das informações prestadas, nutrindo os controles das próprias empresas e de órgãos reguladores.

Investimentos sustentáveis já são um terço dos investimentos nos cinco maiores mercados do mundo, de acordo com a  Global Sustainable Investment Alliance. É inadiável (desde sempre) a busca de melhor rentabilidade, menor risco para as operações e conexões mais sólidas com consumidores e investidores. Compatível com isso, é olhar para essas tecnologias – IoT, AI, Big Data Analytics – também com essa visão ESG e o intuito de medir e evoluir seus indicadores. O mundo já pode estar de olho em você com esse foco.