O fechamento de boa parte dos locais de trabalho durante a pandemia e a adoção do trabalho remoto impulsionou o mercado de mobilidade corporativa ou Enterprise Mobility. Além da óbvia necessidade de prover acessibilidade aos colaboradores e manter os negócios operacionais, as empresas conheceram na prática o conceito de agilidade dos negócios.

Em 2019, a Allied Market Research calculou o mercado global de Enterprise Mobility em US$ 19 bilhões. A consultoria calcula um crescimento medio de 29% ao ano entre 2020 e 2027 para atingir o patamar de quase US$ 152 bilhões.

Enterprise Mobility oferece às empresas e colaboradores opções de operação e trabalho remoto e engloba soluções como Devices (laptops, tablets e smartphones), Mobile Application Management, Mobile Device Management e Mobile Content Management.

O crescimento da conectividade será outro driver da mobilidade corporativa. A vida está se tornando cada vez mais mobile. No Brasil, o número de pessoas conectadas à Internet no País chegará a 199,8 milhões em 2023, ou 92% da população, segundo projeções da Cisco. A empresa projeta também que teremos 755,1 milhões, um aumento de 48%, sendo 44% por conexões móveis. Em 2023, já serão mais de 181 milhões de dispositivos móveis. Ou seja, 84% da população brasileira terá um dispositivo móvel.

Enfim, o mundo está cada vez mais móvel, assim como as empresas, que descobrindo na mobilidade a chave para operar num cenário de restrições. Mais do que o momento, as empresas descobriram também a produtividade e flexibilidade de operar nesses novos modelos de trabalho.

As estratégias mobile-first e mobile-only estão ganhando força. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) constatou em pesquisa recente que 91% dos brasileiros que possuem smartphone já fizeram compras online. As estratégias mobile se refletem também em necessidades de investimento em infraestrutura, segurança e experiência de usuário.

Seis drivers para o Enterprise Mobile para 2022

BYOD – Bring Your Own Device (traga seu próprio dispositivo)

Essa abordagem vem se mostrando eficaz para agilizar a adaptação aos novos tempos, reduzir despesas, melhorar produtividade e garantir a satisfação dos colaboradores. A Market Research Future (MRFR) aponta um crescimento anual de 15,86% da prática entre 2018 e 2023, atingindo um mercado de USD 94,41 bilhões.

O BYOD agrega alguns desafios às corporações. Entre eles, garantir a compatibilidade de devices e versões de sistemas operacionais, acelerar a Jornada Cloud, além de garantir segurança e privacidade de dados.

Mais Inteligência artificial

Mais uma vez, surgem no horizonte as vantagens do uso de chatbots com IA, assistentes virtuais, processamento de linguagem natural e aprendizado de máquina. Essas aplicações fazem todo sentido tanto da porta para fora quanto da porta para dentro da empresa. Nos próximos anos, vamos assistir essa revolução também na mobilidade para melhorar fluxos de trabalho, detectar ameaças ou anomalias, prevenir fraudes, analisar sentimentos etc.

De acordo com o Gartner, entre 2022, 70% dos trabalhadores de colarinho branco interagirão com plataformas de conversação diariamente.”

5G “strikes again”

Em 2022, ainda teremos pouco acesso em todo mundo à tecnologia de quinta geração. Até 31 de julho, o Ministério das Comunicação acredita que a tecnologia já estará disponível em todas as capitais. Mas, o número de usuário ainda será restrito. A Ericsson projeto que, até 2024, 75% do acesso na América Latina ainda será feito pelo 4G. Porém, o uso corporativo poderá ganhar relevância ao possibilitar maior produtividade e facilitar o trabalho remoto.

Jornada Cloud acelerada

Não há dúvidas. Empresa conectada é multilocalizada é sinônimo de Cloud. Virtualizações de desktops, workspaces, armazenamento cloud, IaaS (Infrastructure as a Service), PaaS (Platform as a Service) e outros. Em 2021, o Brasil deve contabilizar um mercado Cloud de US$ 3 bilhões, um crescimento de 46,5%.

A Jornada Cloud se acelera para possibilitar a adoção de infraestruturas e soluções menos custosas, reduzindo ainda gastos de energia e necessidade de espaço físico.

Trabalho Remoto continua

Uma pesquisa da Robert Half de 2020 mostrava que 89% dos executivos pretendiam voltar aos escritórios, mas vão permitiriam que o trabalho de casa de suas equipes, ao menos alguns dias da semana. A consultoria apurou também que 86% dos funcionários dessas empresas gostariam de continuar no trabalho remoto.

O trabalho remoto não significa mais uma “desconexão”com o local de trabalho e queda na colaboração e produtividade. As empresas descobriram equipes produtivas na pandemia e workspaces e tecnologias como Realidade Virtual tornam a experiência remota mais próxima do mundo físico.

Realidade aumentada (AR) e Realidade virtual (VR)

De acordo com a Market Research Future (MRFR), este será um mercado de mais deUS$ 760 bi até 2025 – um crescimento anual de mais de 70%. Se por um lado o mercado de games e entretenimento, além da automação industrial, são os grandes drivers dessas tecnologias. Por outro lado, outras aplicações ligadas ao mundo remoto crescem e se viabilizam. Essas tecnologias diminuem os inconvenientes de reuniões on-line, facilitam treinamento, suporte e manutenções remotas, além de melhorar a capacidade de interação e colaboração no ambiente virtual.

Esses são alguns exemplos de tecnologias e abordagens que se aceleram para transformar a mobilidade. Essas e outras tecnologias associadas com evoluções no gerenciamento de dispositivos, credencias e segurança implicaram na consolidação de modelos remotos e híbridos de operação e trabalho.