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Há espaço para o retorno ao trabalho presencial?

As empresas devem emergir da pandemia enfrentando modelos híbridos de trabalho. Em maior ou menor escala, a grande maioria das organizações planeja manter as atividades remotas. Para dar uma ideia do cenário que nos espera, um recente levantamento realizado pela KPMG no Brasil indica que 85% das companhias pretendem mesclar o home office com as atividades presenciais.

Mesmo com o avanço da vacinação, apenas 15% dos entrevistados não planejam manter o trabalho virtual. Esse percentual é ainda menor quando falamos do setor de TI: um levantamento realizado pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom) revela que 100% das empresas planejam manter colaboradores no modelo de teletrabalho, quase 10% delas em sua totalidade.

O novo cenário que se desenha traz à tona uma série de discussões legais, trabalhistas, culturais e até de estratégias e processos de negócio. Nada é certo ou está definido. Uma das poucas certezas que temos para o pós-pandemia é justamente que não existirá mais um padrão a ser seguido: o foco, mais do que nunca, estará nas pessoas e em garantir que elas se sintam bem e consigam ser produtivas de onde quer que desejem trabalhar. Até porque hoje elas estão espalhadas Brasil afora.

O Digital Workplace ou Work Anywhere, como vem sendo chamado, prevê que os colaboradores trabalhem e produzam de qualquer lugar, inclusive do escritório. A pandemia veio expor exatamente a capacidade de adaptação de pessoas e empresas, com cadeias operacionais totalmente reorganizadas e novas formas de trabalho se mostrando extremamente eficientes, com adoção de metodologias ágeis e outras técnicas que garantem a integração do time e foco no resultado do negócio.

Mas se de um lado vimos trabalhadores afirmar ter alcançado o melhor balanço entre as vidas profissional e pessoal, de outro temos aqueles que sentem a necessidade – emocional ou operacional – de estar em unidades físicas de trabalho presencial, cercado de colegas e sob uma infraestrutura que lhes assegure a produtividade.

Muitos acreditam que o maior desafio do ‘Anywhere’ é manter, sustentar e promover a cultura organizacional, as relações humanizadas e o cuidado com o indivíduo que chamamos de colaboradores. E, sim, é uma preocupação legítima e pertinente. É fundamental estarmos atentos a esses aspectos. Os encontros presenciais vão se tornar experiências de interação, oportunidades de momentos mais lúdicos e dinâmicos.

Por outro lado, sempre é importante oferecer o espaço para aqueles que precisam atender a clientes que demandam times presenciais, bem como aqueles que precisam de melhores condições de trabalho para exercer suas atividades.

O mais importante, seja qual for o cenário, é manter os benefícios que o Anywhere traz, como a democratização da informação, flexibilidade de interação e alcance institucional. A pandemia nos fez adotar uma série de mecanismos que permitem a disseminação da cultura organizacional, o acompanhamento de projetos, a troca de experiências.

Todas as empresas de tecnologia e boa parte de outros segmentos entenderam que os grandes talentos estão por toda parte, espalhados pelos quatro cantos do Brasil – e mesmo fora do País. E esse entendimento também dificulta o retorno aos escritórios. Afinal, as equipes se tornaram ainda mais dispersas geograficamente. Na Solutis, por exemplo, aceleramos a jornada digital dos clientes, com mais de 800 colaboradores distribuídos por 18 diferentes Estados brasileiros.

O grande desafio agora é manter o foco nas pessoas, no desenvolvimento de suas carreiras. É entender a melhor maneira de comunicar e engajar, manter a capacidade de escuta, a liderança humanizada e a disseminação da cultura e valores em ações práticas e transparentes.

Felizmente, parece que estamos nos aproximando da era pós-Covid, e é preciso estarmos dispostos para repensar o futuro e tudo o que ele implicará. Uma coisa é certa: quando cuidamos de nossos talentos, onde quer que eles estejam, entregas sensacionais acontecem.